A BR 163, uma importante rodovia longitudinal brasileira, estende-se por 4.476 km, conectando regiões do sul ao norte do Brasil. Inaugurada em 20 de outubro de 1976, essa estrada é um marco do Programa de Integração Nacional, lançado pelo governo militar em 1970 com o objetivo de interligar o Norte e o Nordeste através de infraestrutura rodoviária.
A rodovia começa em Tenente Portela, no Rio Grande do Sul, e se estende até Santarém, no Pará, com um trecho complementar ligando Oriximiná a Óbidos, também no Pará. Ao longo de seu percurso, a BR-163 atravessa estados como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, passando por cidades significativas como Cuiabá e Dourados.
Tem fortes impactos para o escoamento da produção agrícola, especialmente da região Centro-Oeste, até os portos do norte do país, desempenhando um papel vital na economia nacional.
E, claro, no artigo de hoje, a Kartado falará um pouco mais sobre a BR 163. Vem conosco e confira tudo sobre uma das maiores rodovias do Brasil.
Conteúdo:
ToggleHistória da BR-163
A BR-163, conhecida como uma das principais rodovias longitudinais do Brasil, tem uma história que reflete o desenvolvimento e a integração territorial do país. Sua construção foi iniciada na década de 1970, como parte do Programa de Integração Nacional (PIN), lançado pelo governo militar do presidente Emílio Médici.
O objetivo era promover a integração das regiões Norte e Nordeste do Brasil, facilitando o acesso a áreas remotas e incentivando o desenvolvimento econômico através da infraestrutura rodoviária. Com uma extensão total de 4.476 km, a BR-163 conecta Tenente Portela, no Rio Grande do Sul, a Santarém, no Pará, cruzando importantes regiões produtoras do país.
A rodovia foi projetada para ser uma via de escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste para os portos do norte, desempenhando impacto direto na economia brasileira.
Ao longo dos anos, a BR-163 passou por diversas fases de construção e melhorias, incluindo esforços recentes para pavimentar trechos que permaneciam em terra, especialmente na região amazônica do Pará, onde as condições de tráfego eram particularmente desafiadoras durante o período chuvoso.
Quem fez a BR-163?
A construção da BR-163 foi um esforço conjunto envolvendo o governo brasileiro, através do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e seus predecessores, bem como batalhões de engenharia do Exército Brasileiro.
Inicialmente, as obras foram realizadas por militares e civis contratados, sob a supervisão do 9º Batalhão de Engenharia de Construção (9º BEC), comandado pelo Coronel José Meirelles, e o 8º Batalhão de Engenharia de Construção (8º BEC), que se encarregaram de abrir a passagem pela densa Floresta Amazônica.
Os trabalhadores enfrentaram inúmeros desafios, como o isolamento, ataques de animais selvagens e doenças como a malária. Apesar das dificuldades, a missão de construir a rodovia foi cumprida com determinação, marcando um avanço significativo na infraestrutura do país.
A inauguração oficial da BR-163 ocorreu em 1976, com a presença do presidente Ernesto Geisel, simbolizando a conclusão de um projeto que havia exigido um esforço considerável e a superação de obstáculos consideráveis.
Ao longo dos anos, o governo brasileiro continuou a investir na BR-163, realizando obras de pavimentação e manutenção para melhorar as condições de tráfego. Em algumas seções, a rodovia foi concedida à iniciativa privada, resultando na implementação de pedágios e na realização de obras de duplicação e melhorias na infraestrutura, com o objetivo de atender às crescentes demandas do transporte rodoviário.
Qual é o nome da BR-163?
A BR-163 é uma das rodovias mais importantes do Brasil, conhecida oficialmente como Cuiabá-Santarém.
É referida pelo trajeto que realiza, especialmente pelo seu papel fundamental na ligação entre Cuiabá, no estado de Mato Grosso, e Santarém, no Pará, o que a torna uma via de escoamento vital para a produção agrícola das regiões Centro-Oeste e Norte.
Qual o percurso da BR-163?
Quais são os pontos extremos da BR-163? Onde começa e onde termina a BR-163? A BR-163 percorre um trajeto de aproximadamente 4.476 km, atravessando o Brasil de norte a sul, desde Tenente Portela, no estado do Rio Grande do Sul, até Santarém, no Pará.
Este extenso percurso integra diversas regiões produtivas do país, cruzando estados como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e desempenhando um papel essencial na logística de transporte de commodities, especialmente grãos, para os portos no norte do país.
No Pará, a rodovia começa em Santarém, avançando pela Floresta Amazônica e cruzando importantes biomas e bacias hidrográficas. Ela passa por municípios como Rurópolis, Itaituba e Novo Progresso, até chegar a Guarantã do Norte, já no Mato Grosso.
Mato Grosso representa um trecho crítico da BR-163, pois é onde se localiza uma das maiores produções agrícolas do Brasil. A rodovia atravessa cidades mato-grossenses estratégicas como Sinop, Sorriso e Lucas do Rio Verde, seguindo para o sul do país.
Entrando no Mato Grosso do Sul, a BR-163 passa por municípios importantes como Coxim, São Gabriel do Oeste e Campo Grande, a capital estadual. A rodovia continua em direção ao sul, cruzando o estado do Paraná, onde cidades como Cascavel e Toledo se destacam em seu trajeto.
Ao avançar para Santa Catarina, a rodovia passa por São Miguel do Oeste, marcando a transição para o trecho final no Rio Grande do Sul, onde termina em Tenente Portela.
Onde a BR-163 é duplicada?
A duplicação da BR-163 ocorre em trechos específicos, principalmente considerando sua importância para a logística e o transporte de cargas no Brasil.
Um dos segmentos mais relevantes onde a rodovia é duplicada está no estado do Mato Grosso, especialmente entre as cidades de Cuiabá e Rondonópolis. Este trecho duplicado facilita o escoamento da produção agrícola do estado, reduzindo os custos de transporte e melhorando a segurança rodoviária.
Além disso, há esforços contínuos para a duplicação de outros segmentos da BR 163, principalmente em áreas com alto volume de tráfego e nas proximidades de grandes centros urbanos, onde o aumento do fluxo de veículos exige melhorias na infraestrutura rodoviária.
A duplicação em outros estados, como Mato Grosso do Sul e Paraná, também recebe atenção, embora o progresso nessas áreas possa variar de acordo com a disponibilidade de recursos financeiros e as prioridades em infraestrutura de transporte.
Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, a duplicação avança em ritmo mais lento, enfrentando desafios tanto financeiros quanto ambientais. No Paraná, a BR-163 faz parte de um sistema rodoviário que suporta um volume significativo de tráfego, o que justifica a necessidade de contínuas melhorias e expansões.
Trecho mato-grossense da BR-163, de Diamantino a Nova Mutum, ‘ganha’ 15 km de duplicação
O trecho mato-grossense da BR-163, entre Diamantino e Nova Mutum, recentemente recebeu um impulso significativo em sua infraestrutura com a adição de 15 quilômetros de duplicação.
Esta melhoria é um claro indicativo dos esforços contínuos da nova concessionária, Nova Rota do Oeste, em elevar o padrão da rodovia, crucial para o escoamento da safra de grãos do estado de Mato Grosso. Gerenciada pela MT Participações e Projetos S.A. (MT Par), a concessionária segue cumprindo o cronograma de obras previsto no contrato, demonstrando compromisso com o desenvolvimento da região.
Dentre as principais funcionalidades utilizadas pela Nova Rota do Oeste com o software de Kartado para expansão das rodovias, podemos citar os apontamentos e relatório de diário de obras.
O projeto não apenas aumenta a segurança e a capacidade da estrada, mas também marca o início de uma nova fase de desenvolvimento, com a assinatura da ordem de serviço para a duplicação de outros 88 quilômetros, estendendo-se até Lucas do Rio Verde.
Este avanço, avaliado em R$ 670 milhões, contempla não só a duplicação, mas também a recuperação de pistas existentes, a construção de viadutos, retornos em desnível e uma ponte sobre o rio dos Patos.
Essas obras são resultado da relicitação da BR-163, um processo complexo que, após várias etapas, culminou na transferência de controle acionário para a MT Par. Este movimento reforça o compromisso do governo de Mato Grosso e da ANTT com investimentos significativos para melhorar a rodovia, crucial para a logística do agronegócio da região.
Assim, a duplicação da BR-163 é um marco importante não só para o Mato Grosso, mas para todo o corredor de transporte que atravessa o país, promovendo maior eficiência no escoamento de produtos e contribuindo para o desenvolvimento sustentável da região.
Governo de MT lança edital de R$ 650 mi para duplicação da BR-163
O governo de Mato Grosso anunciou, em 2023, um significativo passo adiante na melhoria da infraestrutura rodoviária do estado com o lançamento do edital para a duplicação de 80 quilômetros da BR-163 entre Nova Mutum e Lucas do Rio Verde.
Este projeto, que representa um investimento de R$ 650 milhões, é uma clara demonstração do compromisso do estado em potencializar a logística e segurança da região, crucial para o escoamento da produção agropecuária mato-grossense
. Nos últimos cinco meses, aproximadamente R$ 1,1 bilhão já foram investidos na BR-163, refletindo a prioridade dada à rodovia desde que o estado assumiu a concessão.
O presidente do Conselho Administrativo da Nova Rota do Oeste, Cidinho Santos, destacou a importância deste projeto para a população local e o setor produtivo, prometendo um novo marco de desenvolvimento e segurança para a região.
Além da duplicação, o projeto inclui a recuperação de trechos, construção de viadutos e uma ponte dupla, elementos essenciais para a redução de acidentes em um dos trechos mais críticos da rodovia.
Desde que assumiu o controle da Rota do Oeste, o governo de Mato Grosso, através da Nova Rota do Oeste, tem demonstrado um foco renovado na qualidade e segurança da BR-163, cumprindo padrões rigorosos de infraestrutura rodoviária.
O investimento massivo e o trabalho ágil refletem a importância estratégica da BR-163 não apenas para Mato Grosso, mas para o agronegócio brasileiro como um todo, garantindo uma via de transporte eficiente e segura para o escoamento de commodities agrícolas vitais para a economia nacional.
Quem é responsável pela BR-163
A responsabilidade pela administração e manutenção da BR-163 é compartilhada entre o governo federal brasileiro, por meio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), e diversas concessionárias privadas, em trechos específicos onde a rodovia foi concedida à iniciativa privada através de processos de licitação e concessão.
O DNIT, uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Infraestrutura, é encarregado de supervisionar a infraestrutura rodoviária federal, o que inclui a execução de obras de manutenção, ampliação e melhorias na BR-163.
O órgão atua na coordenação das políticas de desenvolvimento e conservação das rodovias federais, assegurando a qualidade e a segurança das vias sob sua responsabilidade.
Em alguns trechos da BR-163, especialmente naqueles com alto volume de tráfego e significativa importância logística, a gestão da rodovia foi transferida para concessionárias privadas. Essas empresas são responsáveis por realizar obras de duplicação, manutenção e operação dos serviços ao longo dos trechos concedidos, incluindo a cobrança de pedágios como forma de financiar as atividades.
As concessões são estabelecidas por meio de contratos de longo prazo (geralmente 25 ou 30 anos), nos quais as concessionárias se comprometem a cumprir metas de qualidade e disponibilidade da infraestrutura rodoviária.
Entre as concessionárias que operam segmentos da BR-163 estão a CCR MSVia, responsável por um trecho no estado do Mato Grosso do Sul, e a Rota do Oeste, atuando no estado do Mato Grosso.
A colaboração entre o DNIT e as concessionárias privadas visa garantir que a BR-163 continue a atender às demandas crescentes por infraestrutura de transporte de qualidade no Brasil, promovendo o desenvolvimento econômico e a integração entre as diversas regiões do país.
Mapa da BR 163
Confira, abaixo, um mapa da BR 163, com todos os estados que ela corta.
Principais concessões na BR-163
A concessão da BR-163 em Mato Grosso representa um marco importante no setor de infraestrutura rodoviária brasileira, marcando a primeira vez que uma sociedade de economia mista estadual, a MT PAR, assume o controle acionário de uma concessionária federal, a Concessionária Rota do Oeste (CRO).
Este movimento inédito ocorreu em uma cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, no dia 4 de maio de 2023, com presenças notáveis como o presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, o ministro dos Transportes, Renan Filho, e o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes.
O Governo de Mato Grosso comprometeu-se a investir R$ 1,6 bilhão nos próximos dois anos para garantir melhorias significativas na BR-163. Estes recursos serão alocados para a retomada imediata das obras na rodovia, com um cronograma de ação focado inicialmente em trechos com alta incidência de acidentes e problemas de fluidez no tráfego.
Entre os trechos prioritários estão o segmento entre Posto Gil e Nova Mutum, a travessia urbana de Sinop e a Rodovia dos Imigrantes, com expectativa de entrega de 36 quilômetros de pistas duplicadas já no primeiro ano de concessão.
Esta concessão da BR-163 ao governo estadual surgiu como uma solução inovadora para os desafios enfrentados pela concessão anterior, incluindo o não cumprimento dos termos contratuais pela CRO e as dificuldades no processo de relicitação. A colaboração entre a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o Ministério dos Transportes (MTrans), o Governo do Mato Grosso e o Tribunal de Contas da União (TCU) foi essencial para viabilizar esta transferência de controle acionário.
Além das obras prioritárias, a MT PAR planeja a construção de travessias urbanas na região norte do estado, como em Sinop e Sorriso, com um investimento inicial previsto de R$ 1,2 bilhão, que posteriormente foi ajustado para R$ 1,6 bilhão para abranger um pacote mais amplo de obras.
Este processo de transferência de controle acionário envolveu a compra da concessão por R$ 1 e a quitação de dívidas da CRO, na ordem de R$ 920 milhões, com o Governo de Mato Grosso negociando o pagamento de R$ 450 milhões aos bancos credores.
Kartado como aliada de concessionárias rodoviárias
A Kartado posiciona-se como um aliado estratégico para concessionárias de rodovias, oferecendo um software de gestão de obras, recursos, e ativos. Nosso sistema é projetado para assegurar total aderência às regulamentações estipuladas pelo Sistema de Gestão de Ativos da Concessão (SIGACO), facilitando o cumprimento de normas impostas aos projetos rodoviários.
A plataforma Kartado permite uma administração integrada, cobrindo desde a fase inicial de planejamento até a execução e manutenção de obras, otimizando o uso de recursos e a gestão de ativos.
Nosso software se destaca por sua capacidade de simplificar processos complexos, promovendo uma gestão mais transparente, essencial para o sucesso das concessionárias em um setor altamente regulado.
A Nova Rota do Oeste já utiliza a Kartado com diversas funcionalidades, como apontamentos e diário de obras para otimização da produtividade em campo e no escritório.
E então, mais alguma dúvida sobre a BR 163? Além disso, conheça mais artigos de nosso blog: BR 101, BR 158, BR 277, BR 153, BR 381, BR 230 e BR 116.